Reforma Tributária em 2023

Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, expressou otimismo em relação aos impactos da reforma tributária, que foi aprovada em dois turnos pela Câmara dos Deputados e está prevista para ser analisada pelo Senado a partir de agosto.

Haddad comparou as mudanças no sistema tributário brasileiro aos efeitos do Plano Real, lançado em 1994, que foi fundamental para estabilizar a economia do país e combater a inflação. O ministro ressaltou a importância da reforma tributária como um marco histórico que pode ter um impacto semelhante em termos de eficiência econômica.

Ele enfatizou que os investidores não terão que esperar anos para sentir os efeitos da reforma. Segundo Haddad, eles irão observar as mudanças e reconhecerão que o país está no caminho certo, compreendendo e resolvendo problemas relacionados à estrutura tributária.

A declaração do ministro reflete sua confiança de que a reforma tributária poderá impulsionar o crescimento econômico do Brasil. No entanto, é importante ressaltar que os resultados reais dependerão da implementação efetiva das medidas propostas e do impacto que elas terão sobre a economia como um todo.

Reforma do Imposto de Renda

Durante a entrevista, Haddad também antecipou as dificuldades que o governo enfrentará no Congresso para aprovar a segunda etapa da reforma tributária, que envolve alterações na tributação sobre a renda.

Ao ser questionado sobre a possibilidade de taxação de lucros e dividendos, o ministro ressaltou a necessidade de abordar essa questão com cuidado, levando em consideração os impactos no Imposto de Renda das pessoas jurídicas.

Haddad enfatizou que a segunda fase da reforma deve ser conduzida de maneira criteriosa, com discussões amplas com a sociedade. Ele também mencionou a importância de estabelecer um período de transição para a adaptação e de combater o planejamento tributário abusivo, que é realizado com o único propósito de obter benefícios pessoais.

O ministro ressaltou a importância de evitar uma abordagem precipitada nesse aspecto da reforma. Ele enfatizou que a pressa poderia resultar na não aprovação das medidas e na falta de alcance dos resultados desejados. Portanto, a abordagem adotada será cuidadosa e deliberada, sem pressa.

A declaração de Haddad demonstra a compreensão da complexidade envolvida na tributação sobre a renda e a importância de uma abordagem equilibrada, considerando os interesses das partes envolvidas e o impacto nas finanças públicas.

Juros e o Banco Central

Fernando Haddad, que vinha adotando um discurso mais conciliatório em relação ao presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, voltou a criticar a manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 13,75% ao ano.

A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, que define a Selic, acontece nos dias 1º e 2 de agosto. A expectativa é a de que o colegiado inicie o ciclo de redução da taxa de juros.

“Do nosso ponto de vista e do ponto de vista de todos que produzem, o ciclo de baixa dos juros já deveria ter começado. Porque não há nenhuma ameaça inflacionária no horizonte”, afirmou Haddad.

Haddad também questionou se o tratamento seria o mesmo caso o governo Bolsonaro tivesse sido reeleito. Essa pergunta está sendo feita por grande parte da classe política atualmente.

“Eu nem posso fazer essa pergunta porque tenho que lidar com o corpo técnico e com os diretores do Banco Central. E esse tipo de especulação subjetiva não me ajuda. O que me ajuda é sentar e falar: ‘Olha, a taxa de juro real no Brasil está em 10%. E não existe nenhuma economia no mundo que resista a uma inflação de 3%, 4%, com essa taxa real de juro. Pode comprometer, inclusive, o ajuste fiscal’.”

As declarações de Haddad destacam sua preocupação com o impacto das altas taxas de juros na economia, incluindo os riscos potenciais para o ajuste fiscal. Ele levanta questões importantes sobre o processo de tomada de decisões e a necessidade de uma abordagem mais proativa da política monetária para apoiar o crescimento econômico e a estabilidade.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Temos outros post sobre investimentos, venha verificar!

Veja o nosso canal do YouTube.

Leave a Comment

Your email address will not be published. Required fields are marked *